sexta-feira, 19 de junho de 2015

Capitulo 106

Musica do capitulo (cliquem) *-*

Luan pareceu estar em choque, e só depois de alguns segundos imóvel me olhando foi que ele me ajudou a sair do banheiro, me sentei na cama com certa dificuldade e ele abriu o gurda-roupas pegando uma roupa pra mim, depois me ajudou a me vestir.
- Respira fundo - me orientou - Faz respiração cachorrinho, sei la, mas fica calma
- Eu to calma Luan - ri de seu desespero - Aii, só vai logo pelo amor de Deus
- Sim, aonde ta a bolça do bebe ? Eu tinha colocado ela ali e
- Ta no canto ali Luan - disse apontando - Eu deixei ali no cantinho - me contorci na cama enquanto o Luan pegava a malinha do bebe e a minha. A dor só parecia ficar mais forte a cada segundo e eu comecei a ficar com medo, a hora tinha chegado e eu não sabia o que fazer. Lucas entrou no quarto preocupado e com cara de sono
- Que houve aqui ? Eu e a Bruna acordamos com essa barulheira
- Vai nascer Lucas, vai nascer - Luan disse colocando as mãos na cabeça - Vai ligar o carro, faz alguma coisa cara, me ajuda - segurou nos ombros do Lucas e o sacudiu
- Pera vai nascer o batutinha ? - Lucas disse usando o apelido que ele deu pro bebe - O BRUNA VAI NASCER SÁCRIANÇA - gritou e a Bruna apareceu de camisola
- Vai nascer ? Ai meu Deus, Luan o que ta fazendo parado ai ? Vai levar isso pro carro, liga pro médico da Jéssy anda - o empurrou - Eu vou me trocar e ajudo ela até o carro, e você Lucas vai se vestir e ajudar o Luan - Os dois saíram correndo e a Bruna me levou até o outro quarto, se trocou na minha frente mesmo e depois me ajudou a ir até o elevador. No corredor encontramos o Fernando, ele estava com um jornal na mão e parecia ter acabado de chegar em casa
- Ei, o que houve ?
- Ela esta em trabalho de parto - Bruna disse me levando pra dentro do elevador
- Peraí, deixa eu te ajudar - ele entrou antes de a porta fechar - Ta doendo ? - o fitei sem falar nada - Ah claro que ta doendo, eu sou um idiota. Respira fundo, cade o pai da criança?
- Ta no carro, ele e o Lucas tão no carro - disse já sem aguentar - Essa merda de elevador que não anda. Aiiiii - apertei a mão da Bruna
- Calma Jéssy vai quebrar minha mão - reclamou -A gente já ta chegando, olha ai abriu vem - me puxou. Fernando veio do outro lado segurando meu braço enquanto eu ia mancando até o carro, Lucas tava do lado da porta e eu entrei no banco de traz com a Bruna do meu lado. Luan viu o Fernando e fechou a cara, mas graças ao bom Deus não falou nada
- Vocês precisam de ajuda ? - Fernando perguntou ainda com a porta aberta
- Não - Luan disse seco
- Para com isso Luan Rafael, entra logo nessa merda - Bruna disse apontando pro outro lado do banco. Fernando se sentou do meu lado e a Bruna do outro enquanto o Lucas foi na frente com o Luan. A cada minuto que passava eu sentia as pontadas ficarem mais fortes e mais frequentes, agora elas vinham a cada cinco minutos, eu me contorcia no carro e a Bruna tentava me acalmar passando uma toalha na minha testa pra secar o suor, Pude sentir que o Luan estava acelerando o máximo que podia e o Fernando que estava ao meu lado parecia pensar em alguma coisa, achei estranho ele não estar tão concentrado em me ajudar como pareceu quando quis vir conosco. Mas também não importava eu só queria chegar logo ao hospital e acabar com aquela dor insuportável.

Luan Narrando 

 Tudo naquele momento só servia pra me deixar mais nervoso, o desespero dentro de mim era tão grande que se eu coloca-se ele pra fora gritando acabaria deixando todos ali dentro surdos. Não disse nada pra Jéssy mas passei esses últimos meses da gravidez dela rezando a Deus que nó dia ele não a levasse de mim, o que o médico disse aquele dia ainda martela na minha cabeça, quanto mais ficamos perto do hospital mais o meu medo vai aumentando. O medo de que ao chegar la eu vá a perder é quase insuportável, se depende-se de mim adiaria esse momento mais um pouco, adiaria até estar preparado, e a quem eu estou tentando enganar? eu nunca estaria preparado para isso. ( .. ) Chegamos ao hospital e sai do carro primeiro, entreguei as malas pra Bruna e junto com o Lucas ajudei a Jéssy a sair do carro, o inútil - Fernando- veio logo atras de nós
- Tem certeza que não precisam de ajuda ? - perguntou pela milésima vez
- Não Fernando, da pra calar a boca pelo amor de Deus ? - resmunguei
- Não precisa ficar nervoso, só estou tentando ser útil
- Seria mais útil se tivesse ficado na sua casa, agora vamos logo com isso - Uma enfermeira nos viu e correu trazendo uma cadeira de rodas e outro enfermeiro nos ajudou a sentar a Jéssy - Ela ta em trabalho de parto, já avisamos o médico dela - disse pra enfermeira
- É a senhorita Jéssy né? - concordei - Já vamos levar ela pra sala de parto, o senhor pode ir preenchendo os papeis enquanto preparamos ela
-AIII TA DOENDO, ME AJUDA - começou a se contorcer na cadeira
- Tragam uma maca, ela não vai aguentar ficar sentada - a enfermeira pediu e logo a transferiram para uma maca, me aproximei e acariciei seu rosto
- Vai ficar tudo bem amor, eu prometo - apertei sua mão
- LUAN TA DOENDO - apertou minha mão já com lagrimas nos olhos - Eu estou com medo
- Temos que leva-la - a enfermeira disse apressada
- Tudo bem - disse e olhei pra Jéssy - Não tenha medo amor, vai dar tudo certo - beijei sua testa a deixando ir - Daqui a pouco estarei com você - disse mas ela já não podia me ouvir


 Fui até a recepção com o coração na mão, preenchi alguns papeis de entrada da maternidade e me pediram que aguarda-se na sala de espera. Eu, a Bruna, o Lucas e aquele outro ficamos la por volta de uns quinze minutos, até que uma enfermeira entrou com um prontuário nas mãos
- Algum acompanhante de Jéssy Rodrigues ? - perguntou olhando em volta
- Aqui - me levantei - Sou o marido dela
- Ah claro, senhor Luan não é ?! - olhou pra ficha - Eles estão com você?
- Estão sim - concordei
- Certo, só um pode acompanhar o parto, quem de você sera?
- Eu - respondi - Eu vou acompanhar o parto do meu filho
- Claro, queira me acompanhar senhor Luan - disse e saiu andando. Olhei pra Bruna que apenas assentiu com a cabeça, segui a enfermeira e fui levado pra lavar as mãos e colocar aquelas roupas esquisitas de hospital, quando estava pronto ela me levou até a sala onde a Jéssy já estava. Vários enfermeiros estavam em volta dela, alguns mexendo em um soro outros em instrumentos cirúrgicos, minha esposa estava deitada com a cabeça virada pro lado, suas pernas estavam abertas em cima de um "suporte" e um médico já se preparava para fazer o parto
- Você deve ser o pai, estou certo ? - ele disse quando notou minha presença. Apenas acenei que sim e ele me guiou até perto dela - Preciso que você segure bem firme na mão dela, e não solte mesmo quando ela quase a quebrar - disse me orientando
- Quase quebrar ? - perguntei gaguejando
- Não se assuste rapaz - disse ao ver minha expressão, deu um pequeno tapa em minhas costas e se colocou de frente pras pernas dela. Fiquei observando ele colocar as luvas e depois começar a falar com ela - Agora eu preciso que você faça bastante força, tudo bem? - olhei pra ela e vi que ela assentiu. Vi ela começar a fazer força e os gritos dela ficavam cada vez mais altos, depois de uns dez minutos nisso vi o médico sorrir um pouco e me chamou - Ta vendo ali, a cabeça do seu filho - forcei a vista e vi que a cabeça do bebe já começava a querer sair, sorri e olhei pra Jéssy que estava com os olhos fechados - Vamos la querida, só mais um pouco - ele disse a incentivando - nessa hora soube o significado de "quase a quebrando", nunca pensei que ela pudesse apertar minha mão com tamanha força e por tanto tempo. Quando os gritos dela pararam mais dez minutos depois senti que ela afrouxou o aperto e depois de alguns segundos de silêncio ouvi um choro que começou baixinho e foi ficando cada vez mais alto - Parabéns, é um belo menino - o médico disse o entregando para os enfermeiros que o limparam, Parei perto deles e pude ver pela primeira vez o meu filho


Bruna Narrando 

 Já tinha mais de vinte minutos que o Luan foi pra la e ainda não voltou, já estava começando a abrir um buraco no meio do chão de tanto andar de um lado para o outro, e a dez minutos eu lutava contra a vontade de A: roer as unhas e B: invadir aquela sala pra ver o que estava acontecendo
- Você precisa ficar calma Bruna, desse jeito vai acabar precisando de um médico - Lucas disse me observando andar de um lado pro outro
- Não da Lucas, meu sobrinho vai nascer e eu quero saber se ta tudo bem - me virei pra ele - Sera que ainda vai demorar muito? Cade uma enfermeira nesse lugar
- Bruna eu to falando, se acalmar por favor - se levantou me segurando pelos ombros - To ficando com torcicolo de tanto virar a cabeça pra te olhar
- Então não olha pra mim, saco - resmunguei alto
- Ta demorando mesmo - Fernando disse, tirando os olhos do celular por um segundo e depois voltando a digitar
- O que você tanto meche nesse celular ? - Lucas perguntou desconfiado
- Ha, são negócios, to arrumando um show pra um cantor ai - disse sem tirar os olhos do aparelho
- Velho se é pra trabalhar sai daqui, vai trabalhar em outro lugar - me exaltei. Ele me olhou um pouco assustado e eu suspirei me sentando - Desculpa, é que eu não aguento mais - baixei a cabeça a apoiando nas mãos - Isso é tortura - Lucas se sentou ao meu lado e me abraçou, ele também parecia estar nervoso, só não demonstrava muito.

Luan Narrando 

 Não ligo se o médico e os enfermeiros pensaram que eu era doente mental, ou qualquer coisa que seja, só sei que quando vi aquele bebe tão pequeno, tão frágil, eu só tive vontade de o pegar no colo e levar pra casa comigo, era como se um novo tipo de amor tivesse nascido dentro do meu peito, era muito maior do que qualquer outro amor que eu já tenha sentido por algo ou por alguém. Me aproximei e eles o entregaram pra mim, nem sabia direito como segura-lo por isso tomei muito cuidado, ele era molinho e eu tinha a impressão de que fosse quebrar se eu mexesse muito, o admirei por longos minutos antes de o levar até a Jéssy e o mostrar a ela
- Oh meu Deus, você é tão lindo - ela disse sorrindo e chorando ao mesmo tempo
- Ele puxou a mãe dele - beijei sua testa - Olha só, tem a sua boca
- E os seus olhos - sorriu - Também é lindo como o papai - acariciou sua cabecinha - Espero que não me de o mesmo trabalho que o pai - riu
- Mentira dela Brenão, seu papai é o cara mais comportado do mundo
- Que mentiroso - riu - Não acredite no seu pai não, ele só fala besteira
- Luan, quer cortar o cordão umbilical ? - o médico se aproximou me mostrando uma tesoura
- Posso ? - ele assentiu e me entregou a tesoura. Me aproximei e com muito cuidado o cortei, uma lagrima escapou dos meus olhos e eu sorri olhando pra ela, que agora segurava o nosso filho nos braços. Cheguei mais perto novamente e beijei os dois, queria que aquele momento durasse para sempre, pois nunca senti amor tão grande como o que estava sentindo agora.
- Luan, Luan pega o bebe - Jéssy disse me tirando de meus pensamentos - Ele vai cair - Olhei e vi que seus braços estavam ficando moles, peguei o bebe antes que ele escorrega-se e o entreguei a uma enfermeira que estava ao meu lado, Olhei assustado para o médico que já voltava a vestir suas luvas e vinha em direção a ela - Eu não sinto nada, o que, o que ta acontecendo ? - ela disse começando a chorar em desespero
- Doutor o que ta acontecendo??? Tava tudo bem até agora - comecei a gritar procurando alguma explicação pro que estava acontecendo - Ela ta sangrando, meu Deus ela ta sangrando - disse ao ver que do lençol vertia sangue, no chão já havia uma pequena poça
- Ela esta tendo uma hemorragia, rápido aqui - gritou pros enfermeiros - Luan por favor peço que se retire, não pode ficar aqui agora
- O QUE? NÃO, É MINHA MULHER, EU NÃO VOU DEIXAR ELA - comecei a gritar recusando-me a sair dali sem ela
- Por favor, levem o senhor Luan daqui - o médico ordenou e dois caras vieram pra cima de mim, fui arrastado pra sala de espera do hospital enquanto eles voltavam pra la sem me dar chance de protestar ou fazer qualquer outra coisa.
- MERDA, MERDA - esmurrei a parede - ME DEIXEM VER MINHA MULHER
- Luan o que ta acontecendo ? - vi Bruna vindo em minha direção seguida do Lucas e o infortúnio da minha vida - Porque você ta gritando desse jeito ?
- O bebe nasceu - disse a encarando - E depois a gente tava segurando ele e , e ai a Jéssy pediu pra eu pegar ele porque ele ia cair, depois ela começou a sangrar e eu não sei, eu não sei o que ta acontecendo com ela - disse desesperado atropelando as palavras
- Espera o que ? Mas ela ta bem? Cade ela agora ? - Bruna se desesperou
- Eu não sei Bruna, não sei - me sentei sem forças e comecei a chora e a amaldiçoar a Deus e a todas as pessoas que existem na terra, Bruna se sentou do meu lado e me abraçou, nós dois choramos enquanto Lucas, também abatido, foi buscar água com açúcar para nós tomarmos. Fernando parecia ter visto um fantasma pois estava branco como a parede do hospital, não conseguia acreditar que ele se importa-se com ela, mas foda-se eu não to nem ai pra ele, eu só preciso que ela fique bem.

( ... )

 Fazia duas horas desde que fui expulso de la e não tive noticias da Jéssy, algumas enfermeiras que passaram me garantiram que assim que soubessem de alguma coisa viriam me avisar. Eu não aguentava mais ficar sem noticias e estava a ponto de quebrar o hospital inteiro atras dela
- Senhor Luan ? - uma enfermeira parou a minha frente
- Sim sou eu - me levantei - Como esta minha mulher ?
- Bem, me desculpe eu não sei - disse olhando seu prontuário - Trabalho na parte do berçário, só vim avisar que se quiserem podem ver o bebe através do vidro
- Vamos por favor ? - Bruna parou ao meu lado - Sei que não é uma boa hora, mas eu quero tanto ver meu sobrinho, por favor
- Tudo bem - concordei - Vamos, mas depois eu não me chamo Luan se eu não arrumar um jeito de saber noticias da Jéssy - ela fez que sim e todos seguimos atras da enfermeira. Através do vidro ela nos mostrou onde o Breno estava, Bruna grudou no vidro e só faltou babar o chão todo quando viu o sobrinho dela que havia acabado  de nascer


- Ele é tão lindo, quando vamos poder pegar ele ? - perguntou pra enfermeira
- Dentro de um dia ou dois, ele ainda precisa de alguns cuidados, banho se alimentar - explicou - Depois ele sera levado pro quarto da mãe todos os dias por algumas horas até o dia da alta
- Ain, não sei se vou aguentar ficar sem apertar essa coisinha linda - riu - Mas, eu sei que você só trabalha na maternidade, mas não tinha como saber como esta a mãe do pequeno Breno Gabriel ? - disse fazendo biquinho pra enfermeira
- Olha eu não costumo fazer isso, mas vou tentar conseguir alguma informação
- Obrigado - a abraçou - Vamos esperar na sala de espera
 Voltamos a nos sentar naquela maldita sala e ficamos sentados ali pelo que me pareceu uma eternidade, já estava duvidando de que aquela enfermeira fosse resolver alguma coisa, até que ela apareceu trazendo o médico com ela
- Doutor como ela esta ? Pelo amor de Deus, eu quero ver a minha mulher
- Se acalme senhor Luan, por favor - disse olhando pra todos nós, que agora estávamos em pé - Tenho que dizer ao senhor que me surpreendi ao ver que o bebe nasceu bem e com vida e ..
- Ah por favor, eu preciso saber como ela esta - o interrompi
- Certo, tudo bem - olhou seu prontuário - Olha eu sei que o senhor vai achar estranho, mas eu já esperava que algo assim fosse acontecer - o olhei sem entender nada - Por isso já estava preparado para atende-la com os procedimentos corretos
- Então ela esta bem ? - senti uma pontinha de esperança
- Digamos que sim - pausa - Ela perdeu mais sangue do que o normal, teve algumas paradas cardíacas e uma respiratória, mas conseguimos a estabilizar, porem ..
- Porem ?? - Bruna perguntou dando um passo a frente
- Porem ela esta fraca demais, esta respirando como ajuda de oxigênio, e por conta de tudo que ocorreu entrou em estado de coma - ao ouvir essas palavras me apoiei no ombro do médico e comecei a chorar, aquilo não podia estar acontecendo


- Mas ela vai ficar bem não vai doutor? Ela vai acordar logo, não vai ? - perguntei entre soluços
- Sinto muito por isso- disse medindo as palavras que iria usar - eu adoraria poder dizer outra coisa, mas ela ainda corre sério risco de vida. Sua esposa esta entre a vida e a morte, agora a unica coisa que podemos fazer é esperar que ela acorde ....

Oi amores da minha vida, tudo bem ? *-* Quero dizer que pretendia postar ontem mas estava cansada e morrendo de dor no pescoço e no ouvido, não ia sair uma coisa legal comigo daquele jeito então decidi adiar pra hoje. Enfim, chorei litros agora, serio mesmo, não me matem por tudo que ta acontecendo e o que vai acontecer nesses últimos capítulos, please. prometo que no fim tudo vai dar certo !! Agora comentem se não vou ficar que nem esse gato 

kkkkkkkkkkk serio, agora eu fui, beijos e comentem :3

2 comentários:

  1. então nem você nem me fez chorar nesse capítulo amei amei amei muito continua assim porque tá perfeito

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